«Assim fiquei eu, perdida com a notícia que me acabaram de dar. Perdida neste corredor sem fim. Meu mundo acabou de desabar.»
1 Ano e alguns meses depois. – 2 de Julho de 2012
- Vamos embora Mafalda! – Maria gritava comigo ajudando-me a levar uma das muitas malas minhas, juntamente com as dela, para a bagagem do autocarro.
Autocarro esse que nos iria levar até ao campo de férias que nos acolherá durante 1 mês. A nós e a mais três bobos a quem posso chamar de amigos. Quer dizer, posso chamar de amiga
à Raquel, uma rapariga de cabelos pretos bagunçados, olhos negros, e que aparenta ser uma miúda sem sentimentos, mas lá bem no fundo consegue ser a pessoa mais fofa do mundo. Posso também chamar de amigo a Diogo, cabelos pequenos e castanhos, de olhos também castanhos, que é uma pessoa bastante complicada, faz alguns filmes, também não consegue demonstrar bem os seus sentimentos, mas que ama de mais a Maria. E Maria ama de mais ele, bastante mesmo, o facto deles namorarem à 2 anos. Rapariga de cabelos pequenos, um pouco abaixo dos ombros, loiros, olhos verdes e um coração de manteiga, mas por vezes muito mázinha. Estes três eram meus melhores amigos, mas depois existe Gonçalo. Irmão mais velho de Maria um ano. Todo ele é moreno, cabelo, pele, mas de olhos verdes. Estrutura bem definida com abdominais também eles bem definidos. Único problema, o maior de todos, eu e ele nunca nos demos bem, e quando digo nunca, é mesmo nunca. Conheço Maria e Raquel desde sempre, e do que me lembro, eu e Gonçalo estávamos todo o tempo a brigar. E só de imaginar este mês, ui… Vai ser bonito. Mas se aguentei 16 anos, um mês não é nada. Eu e Maria ainda temos os 16 anos, e a Raquel, o Diogo e o Gonçalo já fizeram os 17.
Sentamo-nos nos últimos bancos do autocarro, nos bancos de 5 lugares. Nesse autocarro iam mais uns 10 ou 15 jovens que também iam para o mesmo campo.
Os meus pais inscreveram-me neste campo para que eu pudesse espairecer um pouco, e eu implorei-lhes para que estes 4 pudessem vir comigo. Pode já ter passado um ano, mas ele ainda permanece na minha mente, e eu preciso de esquecer isto.
Antes de chegarmos ao campo fizemos mais umas quantas paragens deixando o autocarro atolado de gente. E, quando finalmente chegamos, eu fiquei maravilhado com tudo aquilo. Era realmente fantástico. Tinha montes de actividades que eu adorava, tinha piscina, e era junto à praia. Saímos do autocarro e descarregamos a bagagem. Tinha trazido dois trolls grandes dos grandes com roupa e outro mais pequeno com coisa de beleza, higiene e sapatos.
Não conseguia levar aquilo tudo sozinha até que uma das malas caiu da minha mão.
- Queres ajuda? – Gonçalo disse.
- Não, obrigada. Escusas de ser simpático. – Disse fria, e ele balbuciou um “como queiras”.
Lá consegui pegar nas malas todas e irmos todos para a recepção onde nos deram o nome da camarata onde íamos ficar. Procuramos a tal camarata e quando a vimos era realmente muito grande. Tinha umas letras gigantes a dizer “Grupo Azul” pois cada camarata era um grupo, e haviam 5 camaratas. Cada camarata estava dividida por o lado dos razes e o das raparigas. Nós seguimos para o nosso lado e os rapazes para o deles. Encontramos 4 beliches virados uns para os outros. Eramos as primeiras a chegar por isso escolhemos com que beliche queríamos ficar. Como a Maria era a única que queria ficar em baixo, eu fiquei na parte de cima do mesmo beliche que ela, e a Raquel ficou na parte de cima do beliche ao lado. Depois chegaram mais umas 5 raparigas que faziam parte do nosso grupo e começamos logo a fazer amizades.
- Boa tarde, espero que tenham chegado bem ao nosso campo. Desde já, pedimos que todos se dirijam à cantina, onde conhecerão as regras, os vossos monitores e o horário. Boa estadia e obrigada. – Suou a voz de uma mulher por todo o campo, através de colunas espalhadas pelo mesmo.
Saímos da camarata e ficamos à espera dos rapazes, apreciando uma multidão que se deslocava para a tal cantina. Quando eles lá chegaram, nós também nos dirigimos até lá.
Nessa tal cantina havia 2 mesas de cada cor, talvez das cores dos grupos. Juntamos-mos às mesas azuis e estavam lá as raparigas da nossa camarata com mais uns quantos rapazes. Podia jurar que naquela cantina estavam à volta de 80 jovens, mais alguns monitores.
Apareceu uma senhora ai com uns 40 anos, aproximadamente, que foi até a um microfone, e fez-se ouvir.
- Meninos, meninos! – Todos se calaram. – Está melhor. Sejam bem-vindos. Eu sou a Srª. Almeida, directora do campo. Espero que estejam a gostar do ambiente, pois vamos ter um mês de pura diversão. Aqui, nesta cantina, todos vão poder comer as refeições do dia, mas ainda há o bar para quem tiver fome no meio das mesmas. Podem ver várias mesas com cinco cores. Essas mesas são as de cada grupo, e vocês vão comer em grupo, obviamente. Durante este mês vão fazer inúmeras actividades radicais e não só, e no final desse tempo vai haver uma corrida de estafetas em que cada equipa vai disputar pelo premio. Também todas as terças, sextas e sábados há noites especiais como a noite do cinema, a noite do karaoke, a noite da fogueira, entre outras. Peço-vos, quando acabar o meu discurso, que se dirijam a perto das mesas do vosso grupo para conhecerem o vosso monitor e o horário deste mês todo. Espero que gostem do campo. Boa estadia e obrigada. – A senhora sorriu e em seguida saiu.
Espero que gostem amores, dêm as vossas opiniões.
Beijinhos ♥
beiinhooos